Como o próprio psicólogo Lev Semenovich Vygotsky já
afirmava: “o saber que não vem da experiência não é realmente saber”. Assim,
entendo que o processo de aprendizagem mais significativo requer participação
mais ativa e estimulante do professor e do meio, como mediador do aprendizado.
Por isso, o nosso projeto de pesquisa e de dissertação busca justamente
descobrir os mecanismos que envolvem a aprendizagem através da experimentação e
da descoberta.
Essa descoberta a que me refiro não uma descoberta do tipo
extraordinária, incrível ou inédita. Refiro-me às pequenas hipóteses, elaboradas
pelos alunos quando em um ambiente de experimentação. Onde os mesmos tem a
liberdade de discutirem as possibilidades e experimentarem as suas hipóteses a
fim de verificarem a validade das mesmas. Pois quando desta atividade o aluno
está na verdade construindo conhecimento, ou reconstruindo a partir do que eles
sabem, fazendo ganchos nos seus conhecimentos prévios (subsunçores de Ausubel)
e discutindo possibilidades para que desta prática eles possam quando for
realmente necessário saberem realmente como proceder para resolver um problema
ou propor uma teoria.
Os alunos estão muito acostumados ou condicionados a darem
respostas prontas quando questionados e creio que seja por que não seja
propiciado situações onde ele possa elaborar ou discutir as suas ideias. Onde
ele possa ser ativo na elaboração de teorias, mesmo que momentaneamente
equivocadas. O medo é tão grande de tentar que eles nem arriscam.
Conforme o professor Pedro Demo “As pessoas
não constroem conhecimento; elas, na verdade, reconstroem a partir do que já
existe e já se sabe. O que o aprender significa? Não é só reconstruir
conhecimento, é também forjar o sujeito capaz de ser o dono do seu
conhecimento, ser autônomo em seu conhecimento”. (Pedro Demo, Jornal do Brasil,
2000)
Também concordo plenamente com o professor Moacir Gadotti da
Unicamp que afirma que “a educação é antes de mais nada, ação, práxis, decisão.
E falar “sobre” a educação sem esse pressuposto é trair a própria natureza da
educação” (GADOTTI, 1982). Por isso, como docente da área da ciência, da
tecnologia e da matemática entendo que devamos dar essa oportunidade para que o
processo de desenvolvimento da capacidade de construção do conhecimento
aconteça nos nossos educandos.
Consoante a Paulo Freire, onde diz que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção
* texto apresentado durante o mestrado em ensino de ciências e matemática - UCS/Caxias do Sul
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