12 de fev. de 2017

A PRÁXIS NA CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Como o próprio psicólogo Lev Semenovich Vygotsky já afirmava: “o saber que não vem da experiência não é realmente saber”. Assim, entendo que o processo de aprendizagem mais significativo requer participação mais ativa e estimulante do professor e do meio, como mediador do aprendizado. Por isso, a importância da compreensão dos mecanismos que envolvem a aprendizagem é tão importante por parte dos docentes, seja pela explicação, experimentação ou pela descoberta.
Essa descoberta a que me refiro não uma descoberta do tipo extraordinária, incrível ou inédita. Refiro-me às pequenas hipóteses, elaboradas pelos alunos quando em um ambiente de experimentação. Onde os mesmos tem a liberdade de discutirem as possibilidades e experimentarem as suas hipóteses a fim de verificarem a validade das mesmas. Pois quando desta atividade o aluno está na verdade construindo conhecimento, ou reconstruindo a partir do que eles sabem, fazendo ganchos nos seus conhecimentos prévios (subsunçores de Ausubel) e discutindo possibilidades para que desta prática eles possam quando for realmente necessário saberem realmente como proceder para resolver um problema ou propor uma teoria.
Os alunos estão muito acostumados ou condicionados a darem respostas prontas quando questionados e creio que seja por que não seja propiciado situações onde ele possa elaborar ou discutir as suas ideias. Onde ele possa ser ativo na elaboração de teorias, mesmo que momentaneamente equivocadas. O medo é tão grande de tentar que eles nem arriscam.
Conforme o professor Pedro Demo “As pessoas não constroem conhecimento; elas, na verdade, reconstroem a partir do que já existe e já se sabe. O que o aprender significa? Não é só reconstruir conhecimento, é também forjar o sujeito capaz de ser o dono do seu conhecimento, ser autônomo em seu conhecimento”. (Pedro Demo, Jornal do Brasil, 2000)
Também concordo plenamente com o professor Moacir Gadotti da Unicamp que afirma que “a educação é antes de mais nada, ação, práxis, decisão. E falar “sobre” a educação sem esse pressuposto é trair a própria natureza da educação” (GADOTTI, 1982). Por isso, como docente da área da ciência, da tecnologia e da matemática entendo que devamos dar essa oportunidade para que o processo de desenvolvimento da capacidade de construção do conhecimento aconteça nos nossos educandos. Consoante a Paulo Freire, onde diz que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.

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